quinta-feira, novembro 06, 2008

Extreme - Cheios de energia no Coliseu de Lisboa


Numa semana cheia de concertos no Coliseu dos Recreios, a noite de quarta-feira trouxe à sala lisboeta o regresso do rock típico do final dos anos 1980, início da década de '90. Os Extreme, do português Nuno Bettencourt, regressaram 13 anos após a última passagem por Lisboa na apresentação de «Saudades de Rock», o disco que marca o renascimento da banda de Boston, que não lançava um álbum desde 1995.

O guitarrista português fez questão que a digressão europeia tivesse o seu arranque em Portugal, mas não foram muitos os que responderam à chamada. Talvez porque 13 longos anos foram suficientes para quebrar o interesse, ou então porque os Extreme nunca tiveram assim tantos fãs no nosso país que conhecessem mais do que a balada «More Than Words». O Coliseu esteve assim com menos de metade da sua lotação num concerto maioritariamente para um público já acima dos 30 anos de idade.

Um vocalista (Gary Cherone) irrequieto - cheio de poses teatrais e escalando até colunas de som -, infindáveis solos de guitarra a evidenciar a qualidade técnica de Bettencourt e refrões cantados a três no mesmo microfone; eis o regresso do hard rock que popularizou bandas como os Van Halen ou os Mötley Crüe. Também os Extreme tiveram o seu punhado de êxitos e os principais foram recordados no Coliseu.

Quase sem surpresas, o público preferiu a electricidade de «Decadence Dance» e «Play With Me», dos dois primeiros álbuns dos Extreme, em detrimento de algumas novas canções ainda menos conhecidas, como foi o caso de «Ghost», tocada ao piano pelo músico açoriano.

Ainda assim, foi com um novo tema que o concerto arrancou em alta rotação. «Comfortably Numb» caiu melhor no goto dos fãs mais antigos por recuperar a energia do rock «à anos 80». Nota negativa teve mais uma vez a qualidade do som, demasiado estridente e sem definição nos microfones, o que muitas vezes tornou as tentativas de diálogo de Bettencourt ou Cherone em verdadeiros monólogos.

«A Portuguesa» e o inevitável «More Than Words»

Mas como a música acaba por valer mais do que as palavras, nada melhor do que puxar pelo espírito patriótico dos portugueses. O guitarrista lançou-se na interpretação acústica d'«A Portuguesa», e foi até difícil convencer a assistência a não cantar o hino para não desconcentrar Bettencourt.

A guitarra acústica em palco levou inevitavelmente aos pedidos do público feminino para que se tocasse «More Than Words», especialmente assim que Cherone se juntou ao guitarrista. Sentados em dois bancos altos, tal como no famoso videoclip a preto e branco, a dupla ainda brincou com a assistência e Nuno Bettencourt tocou os primeiros acordes de «Starway To Heaven», dos Led Zeppelin. Mas era impossível enganar alguém e a balada dos Extreme foi, como já se esperava, um dos momentos da noite, cantado em uníssono por todos.

Missão cumprida ao fim de duas horas

Até ao final, destaque ainda para o animado «Get The Funk Out» (outro dos favoritos do público) e, já no encore, «Hole Hearted» e «Mutha (Don't Wanna Go To School Today)». Com os quatro músicos bem na frente do palco, a camisola do Benfica envergada pelo baterista, o outro português, Kevin Figueiredo não passou despercebida.

A missão estava cumprida ao final de duas horas de concerto. Os fãs não terão saído desapontados com a actuação dos Extreme, que em palco «deram o litro» numa actuação cheia de energia.

O regresso a Portugal dos Extreme até pode estar para breve. Em entrevista ao IOL Música, Nuno Bettencourt disse esperar voltar a actuar no nosso país já em 2009.

Fonte: Diário IOL

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