quinta-feira, outubro 30, 2008

A não perder...

A história do Metal lusitano

O panorama metálico português não foi sempre prolífero como o vem sendo desde há alguns para cá. O seu início foi algo complicado e o seu desenvolvimento relativamente lento, enfrentando ainda nos dias de hoje algumas barreiras e dificuldades difíceis de ultrapassar.

O movimento metálico a nível internacional surgiu na década de 70, tendo o seu primeiro grande impulso nos finais da mesma década com a explosão do New Wave of British Heavy Metal (N.W.O.B.H.M), que tal como o nome indica teve o seu epicentro na Inglaterra, espelhando-se posteriormente a nível mundial. Na década seguinte surgem novas vagas dentro do Heavy Metal, com a Alemanha a assumir um papel de destaque, juntamente com os Estados Unidos da América onde a Bay Área de São Francisco assiste ao surgimento Thrash Metal.

No entanto, em finais da década de 70, apesar dos ventos revolucionários que ainda bafejavam, eram poucos os que em Portugal conheciam a expressão «Heavy Metal», as bandas portuguesas eram poucas e o mercado discográfico não demonstrava qualquer interesse por este estilo musical. Por outro lado afigurava-se complicado adquirir os discos das bandas mais conceituadas da altura: Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, AC/DC, UFO, entre outras. Para tal era necessário recorrer a alfarrabistas ou às vendas postais estrangeiras.
NZZN

Nesta época de viragem de décadas ainda não se pode falar verdadeiramente num movimento nacional deste movimento cultural e musical. Dois nomes sobressaem desta altura proeminentes do chamado boom do rock português dos anos 80: NZZN e Roxigénio, pela influência que posteriormente irão ter noutros colectivos. Para muitos os NZZN são a banda pioneira do metal português, lançando mesmo um single em 1980 - "Vem Daí" - alcançando relativo sucesso e chegando ao nº 1 do top de preferências do famoso programa radiofónico "Rock em Stock".
ROXIGÉNIO

Os Roxigénio estrearam-se no Pavilhão Académico do Porto em 9 de Maio de 1980. A banda de António Garcez foi muito bem recebida, de tal forma que no final desse mesmo ano lança o seu álbum homónimo de estreia. Dessa formação faziam parte Filipe Mendes (ex-Chinchilas e Heavy Band, considerado por muitos o melhor guitarrista à época), José Aguiar no baixo e o baterista brasileiro Betto Palumbo. Cantando em inglês e explorando um som claramente heavy metal conseguem alguma exposição radiofónica e ainda actuam em Vilar de Mouros. Ainda editam um segundo disco em 1981 - "Rock 'n Roll Men" - mas algumas mudanças de formação levam ao fim pouco tempo depois.

Por esta altura e nos anos seguintes começam a surgir novas bandas. No Porto surgem os Mac-Zac (dos irmãos Paulo e Luís Barros, que viria a dar origem aos Tarantula), Xeque-Mate, Ferro & Fogo e Jarojupe. Mais a Sul, na zona de Lisboa aparecem os Valium, STS e Sepulcro. A maioria destas bandas inspira-se, um pouco como acontece por toda a Europa, no recente movimento do N.W.O.B.H.M. acabando algumas por mudar de sonoridade nos anos seguintes ou por se desintegrarem.
XEQUE MATE

A nível radiofónico destaca-se o mítico Lança Chamas de António Sérgio emitido aos Sábados à tarde. A acompanhar António Sérgio neste programa de culto estavam Paulo Fernandes e Gustavo Vidal, dois dos principais impulsionadores do programa. A Rádio Comercial tenta cortar o programa por duas vezes, mas a afluência de cartas que chega aos seus estúdios leva a direcção de programas a voltar atrás. Este programa acaba por ter uma influência significativa no desenvolvimento e divulgação deste movimento.

Um pouco por todo o país, em especial na segunda metade da década de 80, surgem rádios piratas com os seus programas de música pesada realizados por curiosos que rodavam o que por cá se fazia ou alguns discos importados ocasionalmente. Este fenómeno levou a que muitas bandas gravassem demo-tapes, muitas vezes de um só tema face às suas limitações financeiras, para que se dessem a conhecer ao público através desses programas radiofónicos.

Em 15 de Dezembro de 1984, em Santo António de Cavaleiros, realiza-se aquele que é conhecido como o primeiro festival português de Heavy Metal que contou com as participações dos Tarantula, Xeque-Mate, STS Paranoid entre outras bandas. Noutra vertente, em Lisboa a Rock Rendez Vous já albergava matinés dedicadas aos sons mais pesados, com os STS Paranoid a demonstrarem serem a banda mais popular da capital. A 4 de Outubro de 1986 realiza-se o Metal Stage, no Cine Plaza da Amadora com Cruise, Valium, Satan's Saints e STS Paranoid.

A segunda metade da década de 80 regista um aumento da actividade metálica nacional. Este crescente movimento reflecte-se no aparecimento de novas bandas e de novos fãs, no surgimento das primeiras fanzines e no surgimento de um grande número de programas radiofónicos.

Um pouco ao estilo do já citado Lança Chamas, surgem em quase todas as rádios locais um programa dedicado ao sons mais pesados, geralmente realizados por curiosos e amantes do estilo que passavam aquilo que se fazia e chegava a Portugal, e em alguns casos mesmo, material importado. Este boom de programas de rádio está intimamente ligado ao aparecimento numeroso de bandas nacionais que vêm nesses programas uma forma de divulgarem o seu som através das maquetas gravadas em estúdios ou na própria garagem onde ensaiavam.
IBÉRIA

Nesta época surgem bandas como os Ibéria, Satan's Saints, Black Cross, Cruise, Alkateya, Sepulcro que juntamente com outras como os Tão, Valium (mais tarde Casablanca), CommeRretus, W.A.D.S., Devil Across, Procyon, Vasco da Gama e Massive Roar formam já um número assinalável de agrupamentos a tocar diversos estilos de metal que vão desde o Rock FM até ao Black Metal, passando pelo Glam, Doom, Speed e Thrash Metal.

No Norte começa também a surgir um movimento com algum interesse. Os Tarantula gravam o seu primeiro álbum homónimo em 1987 e outras bandas como os Dove, Web e Metal Brains começam a destacar-se. A partir de 1987 surge também um movimento algo interessante na margem Sul do Tejo com bandas como Brainded, Thormentor e The Coven.

Das bandas referenciadas anteriormente, algumas merecem algum destaque.

Os lisboetas Alkateya, formados por Beto (ex-Sepulcro), gravaram três maquetas entre 1986 e 1990, realizando mesmo uma digressão nacional. Após o lançamento da terceira maqueta surgiu a tão ambicionada oportunidade de gravar um álbum, mas essa oportunidade acabou por não se verificar, o que levou ao fim da banda. Regressam em Junho de 2003 para uma edição de autor em CD das três demos lançadas na primeira fase da sua carreira, e Lycantropy em 2006. Entretanto, o fundador da banda - Beto - abandonou a mesma para iniciar um projecto musical a solo. Encerraram actividades novamente.
TARANTULA

Os nortenhos Tarantula, no activo desde 1981, editam o seu primeiro álbum em 1987, seguindo-se três anos depois o muito aclamado "Kingdom of Lusitânia" que quase levou a banda a assinar por uma editora estrangeira. Tal contrato não chegou a concretizar-se, acabando o mesmo por acontecer em 1999 com o álbum "Light Beyond The Dark". Pelo meio ficaram dois álbuns editados por pequenas editoras nacionais independentes, seguindo-se depois da estreia internacional "Dream Maker" e "Metalmorphosis".

Os Thormentor, pioneiros de Death Metal em Portugal liderados por Miguel Fonseca, ganham prestígio interno graças à gravação de três maquetas, chegando a editar um single em 1991 ("Dissolved in Absurd").

Em 1994 lançam o álbum "Abstact Divinity", mas problemas editoriais e de instabilidade no seio da banda precipita o fim da mesma, apesar de algumas aparições espontâneas em alguns palcos de Almada.
V12

Em 1987 surgem os V12 de Rui Fingers, Raf Maya, Paulo Ossos, Zé Paulo e Beto Garcia, que gravam imediatamente uma maqueta acolhida de uma forma muito positiva. Logo a seguir desaparecem por algum tempo, reaparecendo em 1990 com um novo vocalista e o álbum homónimo de estreia lançado pela multinacional Polygram, demonstrando o interesse que este estilo começava a despertar nas grandes editoras nacionais.
RAMP

Mesmo no final da década de 80, Rui Duarte forma em 1989 no Seixal os Ramp. A banda ainda no activo torna-se numa das mais importantes bandas do Metal lusitano, iniciando o seu percurso discográfico em 1992 com o mini-LP "Thougths" em formato CD lançado também pela Polygram. Desde essa altura até hoje a banda já deu inúmeros concertos em Portugal e alguns no estrangeiro e lançou 4 álbuns de estúdio, um duplo álbum ao vivo e preparam-se para lançar um novo trabalho.

Se os anos 80 viram surgir muitas bandas, também assistiu ao fim de outras como os Cruise, Sepulcro e Blizzard, enquanto outras prenunciavam o mesmo destino: STS Paranoid (que voltaram à activa, Satan's Saints e Devil Across.

Apesar de tudo, a partir de meados de 80 assiste-se a um desenvolvimento no espectro musical metálico, com o surgimento dos fãs-clubes que serviam de ponto de encontro para a troca de informações e gravações, funcionando a par das rádios como meio de divulgação através das fanzines aí publicadas. Por outro lado tinha-se tornado mais fácil ter acesso ao que por lá fora se fazia em matéria de Heavy Metal, com os lançamentos mais importantes a serem alvo de edição nacional.

No entanto, a década de 90 estava a chegar e com ela tudo ia mudar...

Com a chegada da década de 90, vamos assistir ao aparecimento da segunda geração do metal português, alterando significativamente o panorama nativo neste campo musical.

As maquetas e as fanzines tornam-.se mais profissionais, os programas de rádio continuam a ser emitidos um pouco por todo o território, o nosso Templo do Rock surge também nessa altura, as televisões nacionais começam a passar alguns videoclips de bandas de Metal (ainda que esporadicamente), começam a realizar-se mais espectáculos (alguns deles de grande envergadura: Metallica, Guns 'N Roses, ...), surge um novo boom de bandas nacionais e assiste-se à internacionalização do Metal nacional.

No norte do país aparecem a Rec n' Roll School, escola de música dos Tarantula responsável pela formação de muitos músicos que por consequência iria levar ao aparecimento de várias bandas. Um pouco mais tarde aparece os estúdios Rec n' Roll, local onde muitas bandas gravaram as suas maquetas ou álbuns de estreia. Esta escola e este estúdio foi criado com a intenção de permitir aos Tarantula viver da música, ao mesmo tempo que contribuiu decisivamente para o aparecimento de um forte movimento no Norte do país em especial à volta do Porto com bandas que fizeram história como os W.C. Noise, Dove, Genocide, The Fire, Gangrena, Disgorged entre outras.

Tal como já foi referido no artigo anterior, o lançamento do mini-LP "Thoughts" dos Ramp vai provocar, na opinião de muitos especialistas, uma viragem fundamental na cena metaleira nacional, com o grupo a demonstrar uma grande personalidade musical com o seu thrash metal que lhes permitiu tocar com os Sepultura no 1º Festival Heavy Metal de Santo António de Cavaleiros. Foi a primeira vez que uma banda portuguesa tocou no mesmo palco com uma estrangeira, portando-se à altura do evento. Por outro lado a afluência do público foi boa, tal como a organização num evento desta grandeza. As autoridades policiais é que ainda não estavam preparadas para este tipo de eventos, acabando por aparecer e acabar antecipadamente com aquela grande festa, situação que ocorreu noutras situações análogas na 1ª década de 90. Na opinião de Paulo Barros foi este acontecimento que tornou definitivamente as coisas mais sérias e profissionais no cenário metaleiro português.

Por esta altura começa também a mostrar-se o que por cá se faz lá fora. Os Sacred Sin tornam-se a primeira banda portuguesa a passar na MTV, no programa Headbanger's Ball, fruto do seu álbum "DarkSide". Numa vertente algo diferente, o açoriano Nuno Bettencourt, radicado nos EUA, destacava-se na banda de Hard Rock Exteme.
MOONSPELL

No entanto a primeira banda a quebrar definitivamente a barreiras nacionais foram os Moonspell. Com duas maquetas lançadas nos primeiros anos da década de 90, lançam o mini-Cd "Under the Moonspell" pela pequena editora francesa Adipocere. Praticando na altura um Black Metal com influências da música e cultura portuguesa, chamam a atenção da independente Century Media. Acabam por assinar pela editora em 1995. A estreia pela editora germânica acontece com "Wolfheart" em 1995, sendo muito bem aceite por toda a Europa, de tal forma que na festa de lançamento de "Irreligious", no Convento do Beato em 1996, regista-se uma presença maior de jornalista estrangeiros em relação aos portugueses. Depois desses dois primeiros álbuns a banda já editou mais 7 álbuns de originais e um EP, tornando-se numa das bandas europeias mais consistentes. Nestes últimos anos já fizeram várias tournés europeias e mundiais, apenas comparável a nível nacional com os Madredeus.
HEAVENWOOD

Esta internacionalização dos Moonspell permite ás outras bandas nacionais ter uma perspectiva diferente do seu mercado ao mesmo tempo que abre as portas das nossas fronteiras a outras bandas. Pouco tempo depois de os Moonspell lançarem "Wolfheart" é a vez dos Heavenwood (ex-Disgorged) assinarem um contrato de dois álbuns pela Massacre Records, uma editora alemã em crescendo na altura. O primeiro álbum "Diva" vende cerca de 10 mil cópias no mercado europeu e a imprensa internacional parece aceitar bem esta estreia. Dois anos depois, em 1998 é lançado "Swallow" com a participação de LivKristine e Kai Hansen, mas depois deste álbum vários problemas internos no seio ainda por explicar levaram ao desaparecimento da banda, com a excepção de algumas aparições esporádicas algo infelizes, nomeadamente na abertura de alguns concertos dos Moonspell no Porto e em V.N. de Gaia. Mas eis que a banda anuncia o grandioso regresso, e dez anos depois (2008) lança o excelente Redemption.
Também os Gangrena por esta altura, e após uma pequena tourné pela Europa central a promover o álbum "Infected Ideologies" são contactados pela Nuclear Blast para assinarem um contrato "que esteve em cima da mesa". No entanto, alguns membros da banda não estavam dispostos a arriscar uma carreira internacional e a partir daí, de acordo com João Santos baixista do grupo naquela altura, deixou de haver motivos para a banda continuar em actividade.

Os veteranos Tarantula acabam também por assinar por uma editora alemã - AFM Records - em 1999, editando desde então, já 3 discos, tal como já foi previamente referenciado.

Nesta primeira metade de 90 outras bandas se destacam como Decayed, Malevolence, Inhuman, In solitude, Fallen Seasons, Desire, The Temple, Morbid Death, Incógnita, entre outras.

O fenómeno das bandas estava agora espalhado por todo o Portugal continental e ilhas. Destas bandas umas terminaram ao fim do seu primeiro ou segundo álbum, outras continuaram pela década em diante, continuando algumas a sua actividade no século XXI.
FORGOTTEN SUNS

Para o final da década aparece uma nova vaga de bandas mais próximas do heavy metal tradicional que por esta altura regista um renascimento criativo e público na Europa. Nesta vaga destacam-se os barcelenses Oratory, Evidence, Forgotten Suns (numa vertente mais progressiva) e os açorianos Classic Rage. Na área do Black Metal o destaque vai para os Sirius, mas o final prematuro da banda não permitiu o sucesso internacional que o seu álbum de estreia prometia.

Numa outra vertente, assiste-se à realização de espectáculos em espaços mais diversificados. Entre os vários locais destaque para o Hard Club, inaugurado em 2000, no cais de V.N. Gaia e o Paradise Garage em Lisboa que acabam por substituir o mítico Dramático de Cascais.

Com a entrada do novo milénio constata-se um extremar dos sons nacionais mais pesados. Os novos sons que vieram dos EUA e influenciaram a Europa acabaram por chegar também a Portugal reflectidos em bandas como Mofo, Clinger, Anger (já extintos) ou Mindlock. A par destas novas bandas, muitas da década anterior e algumas da década de 80 continuam no activo ou regressaram.

Por outro lado continuaram a ser editados todos os anos vários álbuns por editora pequenas ou por edições de autor mostrando uma crescente profissionalização deste meio apesar das dificuldades com que ainda se depara, mas dando garantias de que o futuro do Metal em Portugal não está em causa.


Fonte: http://metalurgiasonora.blogs.sapo.pt
Pequenas correcções e actualização: Carlos Santos

quarta-feira, outubro 29, 2008

FAITHFULL - Entrevista a Sérgio Sabino


Os Faithfull são das poucas bandas portuguesas de Hard Rock, um estilo musical sem grandes tradições no nosso país. Recentemente lançaram o seu segundo disco de originais Horizons pela editora norte-americana Perris Records, começando a despertar a atenção dos fãs japoneses e de algumas rádios espalhadas pelos EUA e Europa. Para tentar saber um pouco mais acerca desta banda entrevistamos Sérgio Sabino, vocalista do grupo.



O que vos levou a formar uma banda de Hard Rock num país onde este estilo musical não tem grandes tradições?

Sabino: Acima de tudo a paixão pela música e por um estilo com o qual crescemos e que nos fez sonhar um dia ter uma banda. Estes são motivos mais que suficientes para a existência dos Faithfull num país sem grandes tradições no Hard Rock.


Este é já o vosso segundo disco, que diferenças existem entre os dois trabalhos entretanto editados?

Sabino: Com o passar do tempo todos nós passamos por diversas situações nas nossas vidas que nos ajudam a evoluir e a encarar as coisas de outra forma. Numa banda essa mudança de visão é transmitida através dos temas que compõe, tendo acontecido isso na passagem do álbum Light This City para o recente Horizons, tanto nas músicas como nas letras. A nível instrumental pode dizer-se que no primeiro os teclados estão mais presentes, enquanto que o segundo segue uma linha onde se destaca mais a guitarra.


O vosso primeiro trabalho, Ligth This City, foi editado em 2003. Cinco anos é muito tempo de intervalo para um novo álbum. Quais as razões deste hiato?

Sabino: A editora espanhola Vinny Records que editou esse trabalho faliu pouco tempo depois do seu lançamento. Isso bloqueou muito daquilo que necessita um álbum para ser bem promovido e divulgado. Cancelou ainda os planos para a gravação de álbuns futuros de acordo com o nosso contrato. Tudo isto provocou-nos uma enorme frustração e andámos um pouco à deriva a pensar o que fazer no futuro e como financiar o que viria a ser o Horizons.


Como está a ser a recepção a Horizons, o vosso mais recente trabalho de originais?

Sabino: Até agora temos recebido críticas muito positivas tanto dos media como dos fãs. O álbum atingiu em Julho o 3º lugar no top dos álbuns mais importados no Japão e isso deixa-nos cheios de esperanças para o futuro. Várias rádios nos EUA, Espanha, Alemanha, etc. têm alguns dos temas em air-play e isso acrescenta algum optimismo.


Que temas se destacam neste novo disco?

Sabino: Se "se estiver numa onda" de ouvir algo mais calmo, Horizons tem duas baladas: Who’s The Face e You Walked Away; Save The Clowns, Do You Give A Damn e The Best Of Me demonstram a nossa vertente Hard ‘N’ Heavy; Time Flies e Never Came Today seguem a nossa veia Melodic Rock. Resumindo, todo o álbum é uma mistura de subgéneros do rock.


Vai haver a possibilidade de ver estes novos temas ao vivo?

Sabino: Apresentámos recentemente o álbum no Hard Rock Cafe em Lisboa e já temos alguns concertos agendados para breve. Poderão seguir o nosso “rasto” em www.faithfull-band.com.


Quais são os objectivos da banda em termos de mercado? O interesse que o mercado japonês está a demonstrar poderá levar os Faithfull a apostar mais seriamente nesse país?

Sabino: O objectivo de qualquer banda é conseguir divulgar ao máximo o seu trabalho e chegar ao maior número de pessoas. De facto o Japão tem sido um dos países onde os Faithfull têm tido mais receptividade por parte dos fãs. O Light This City atingiu o 11º lugar do top de Rock/Hard Rock/Heavy Metal e o Horizons começa agora a dar sinal de semelhante sucesso. Talvez o nosso futuro passe por uma tour do outro lado do planeta.


Como surgiu a oportunidade de assinarem pela Perris Records?

Sabino: Após o nosso período à deriva decidimos gravar alguns temas que formaram um EP para apresentar às editoras. A Perris Records foi uma das que recebeu o nosso trabalho e propôs a edição de um álbum. Essa proposta despoletou a nossa ida novamente para estúdio e finalmente o lançamento do Horizons.


Quais as maiores influências dos Faithfull durante o processo de composição?

Sabino: A nível literário posso dizer que qualquer situação da minha vida pode dar origem a uma letra. Um livro, um filme também são muitas vezes matéria-prima para fazer deslizar a caneta.


Que comentários te merecem o regresso de algumas bandas de Glam/Hard Rock que fizerem sucesso nos finais da década de 80, inícios de 90?

Sabino: Fico muito feliz por ver as bandas com quem cresci a renascerem, no entanto, e muito honestamente, não penso que isso signifique um impulso às novas bandas do género a projectarem-se. Isto porque as poucas editoras independentes que apostam no Hard Rock nos dias de hoje viram a sua atenção para as bandas já famosas, pois essas dão maiores garantias de rentabilidade. Como negócio é compreensível...


Algum destes regressos merece o teu destaque?

Sabino: Recentemente tive o prazer de assistir ao vivo ao revivalismo do Operation Mind Crime dos Queensryche, e isso para mim foi fantástico. Tenho conhecimento que também um dos meus vocalistas preferidos, Steve Perry (ex-vocalista de Journey), está a gravar um novo trabalho, o que me deixa ansioso e feliz por saber que um enorme talento se ergue novamente.


Em relação ao panorama musical nacional, que avaliação fazes no cômputo geral?

Sabino: Muito honestamente estou muito desligado do que se faz por cá. As únicas coisas que conheço é aquilo que ouço quando sou obrigado a ouvir rádio em determinado local ou quando pratico zapping pelos “programas maravilha” da TV portuguesa, por isso abstenho-me de comentar.

Fonte: http://metalurgiasonora.blogs.sapo.pt

quarta-feira, outubro 22, 2008

Notícia Bombástica!!! JUDAS PRIEST, MEGADETH & TESTAMENT juntos em Portugal!!!


Já é oficial, a Priest Feast, vai passar pelo nosso país, trazendo juntos, nada mais do que três das maiores bandas metálicas de sempre: JUDAS PRIEST, MEGADETH & TESTAMENT!!!

O espectáculo está marcado para o dia 17 de Março de 2009 no Pavilhão Atlântico em Lisboa.

http://judaspriest.com/tour/

EXTREME - Próxima Quarta (29/10) no Coliseu de Lisboa


Esperámos treze longos anos pelo regresso dos Extreme a estúdio... e valeu a pena!
“Saudades do Rock”, o quinto álbum de originais, devolve-nos os riffs orelhudos, o groove e as baladas que colocaram os Extreme nos top’s mundiais, nas rádios e nas salas de espectáculos esgotadas por toda a parte.

Nuno Bettencourt, guitarrista, compositor, uma das vozes e “alma” da banda e Gary Cherone, vocalista e letrista, não escondem a alegria de voltarem aos palcos.”Saudade”, diz Bettencourt, “foi sempre uma palavra muito marcante para mim; neste caso, ilustra a nossa saudade do Rock’n’Roll”.
E nós temos saudades dos Extreme!

PENDRAGON - Esta Terça (28/10) no Santiago Alquimista em Lisboa


Os Pendragon iniciaram a sua carreira em Stroud, Gloucestershire, Inglaterra em 1978.
Quatro jovens amigos juntaram-se e decidiram formar uma banda. Logo no seu primeiro concerto deram nas vistas e assim teve início o culto dos Pendragon por parte dos fãs que amavam o rock progressivo e que se mantiveram fiéis apesar das mudanças na formação e de alguns altos e baixos. No início foram a banda de suporte dos Marillion em muitos concertos. O álbum de estreia intitulava-se The Jewel.
Em 1987 criam a sua própria editora discográfica: a Toff Records, e assim surgiu o álbum Kowtow. The World foi o terceiro álbum e o que marcou definitivamente o começo de uma nova era. Seguiu-se o álbum The Window of Life. A grande avalanche de sucesso chegou com The Masquerade Overture. Carregado de emotividade e visto por muitos como o melhor álbum até então, é lançado Not of this World e Nick Barrett é considerado como o melhor guitarrista de 2001, pela The Classic Rock Society, no Reino Unido. 2005 trouxe Believe, o sétimo álbum, com uma renovada abordagem musical e visual. Ainda nesse ano, os Pendragon iniciam a maior tour europeia de sempre e é editado o fantástico e brilhante DVD And Now Everybody to the Stage. Em 2007 celebra-se o 21.º aniversário do álbum The Jewel com o DVD Past and Presence, que conta com a participação de muitos dos músicos dos primeiros tempos, e que mostra bem como esta banda persistente consegue agitar, envolver e marcar pontos. Na comemoração do seu 30.º aniversário, os Pendragon brindam-nos com o novo álbum Pure (prestes a ser lançado) e com uma digressão europeia. Os fãs dos Pendragon, tanto os mais recentes como os mais antigos estão definitivamente prontos para aplaudir a banda, que está para durar…

Templo do Rock - "Máquina do Templo" [Rubrica] (Set/Out 2008) :

TOMMI BOLIN - "Teaser" (1975)
NUCLEAR ASSAULT - "Handle With Care" (1989)
RUSH - "Moving Pictures" (1981)
WITCHFIDER GENERAL - "Friends Of Hell" (1983)
RAINBOW - "Long Live Rock N´Roll" (1978)
TARANTULA - "Tarantula" (1987)
UFO - "Phenomenon" (1974)
ARMORED SAINT - "Symbol Of Salvation" (1991)
TEN - "The Name Of The Rose" (1996)
MARSHALL LAW - "Power Game" (1992)
ROMEO´S DAUGTER - "Delectable" (1993)
WITCHFYNDE - "Give´Em Hell" (1980)

Templo do Rock - Top Twenty (20) Play List [Outubro/2008] :


[01] AC/DC - "Black Ice" (cd 2008)
[02] URIAH HEEP - "Wake The Sleeper" (cd 2008)
[03] OVERLAND - "Break Away" (cd 2008)
[04] DON AIREY - "A Light In The Sky" (cd 2008)
[05] FROM THE INSIDE - "Visions" (cd 2008)
[06] BLACK STONE CHERRY - "Folklore & Superstition" (cd 2008)
[07] TYGERS OF PAN TANG - "Animal Instinct" (cd 2008)
[08] ARI KOIVUNEN - "Becoming" (cd 2008)
[09] BACKYARD BABIES - "Backyard Babies" (cd 2008)
[10] FIRES OF BABYLON - "Fires Of Babylon" (cd 2008)
[11] THUNDER - "Bang!" (cd 2008)
[12] RICHIE KOTZEN - "Live In São Paulo" (cd 2008)
[13] FREQUENCY - "Compassion Denied" (cd 2008)
[14] EVERON - "North" (cd 2008)
[15] TONY MILLS - "Vital Design" (cd 2008)
[16] PAGANINI - "Medicine Men" (cd 2008)
[17] FAITHFULL - "Horizons" (cd 2008)
[18] DOKKEN - "Lightning Strikes Again" (cd 2008)
[19] STARBREAKER - "Love´s Dying Wish" (cd 2008)
[20] STONE RIDER - "Three Legs Of Trouble" (cd 2008)

terça-feira, outubro 14, 2008

PAUL GILBERT: dois concertos em Portugal


Guitar-Hero.
Virtuoso.
Mr. Big.
Não existirá forma mais simples de apresentar Paul Gilbert.
Companheiro de estrada de Yngwie Malmsteen (e de muitas capas na Revista Guitar Player), cedo se destacou pelo virtuosismo e pela magia do toque.
Mostrou-se ao mundo nos Racer X, mas foi entre 1987 e 1996 que, com os Mr. Big, alcançou os Tops Mundiais, muito por força do single “To be with you”, lançado em 1992.
O período pós-Mr. Big garante a Paul Gilbert lugar cativo entre os melhores guitarristas-compositores do mundo.
Entre 1997 e 2007 editou, entre outros, os Albuns King of Clubs, Flying Dog, Spaceship One e Get Out of My Yard.
Instrumentais ou vocalizados estes são, hoje, reconhecidos clássicos do Heavy Rock.
É este Paul Gilbert, o virtuoso guitar-hero, que visita o Porto, no dia 01 de Novembro, e Lisboa no dia seguinte.
No estojo da guitarra, Paul Gilbert traz o novel Álbum Silence Followed by a Deafening Roar, que segundo o próprio tudo deve a uma pequena peça de Bach (Preludio No.15 in G, BWV 860).
Mas, haverá, certamente, lugar para os clássicos. E para momentos de puro virtuosismo.

Dia 1 de Novembro estará no Cinema Batalha, Porto pelas 21:00h. A entrada custará 20€. Já dia 2 de Novembro actuará em Lisboa no Clube Void (antigo Queens), a entrada custará o mesmo. A 1ª parte estará entregue aos Shamans of Rock.

Bilhetes a venda na Fnac, Ticketline.pt, Carbono (Porto), Lost Underground (Porto), Piranha (Porto).

sexta-feira, outubro 10, 2008

Moonspell - Finalmente o muito aguardado DVD

Os portugueses MOONSPELL irão lançar o seu muito aguardado DVD. "Lusitanian Metal" saírá na Europa no dia 21 de novembro.
A lista completa de faixas que completam os dois discos segue abaixo:

DVD 1:

* Live At The City Of Ravens (Metalmania, Polonia 2004)
* Touch Me In The Eyes (Compilação de vídeos com Opium, I will see you in my dreams, e a inclusão de do making off de Everything invaded)
* Century Media Years (Discography)
* Knoweldge (Graveyard impressions, exclusiva e extensa entrevista com os membros da banda num cemitério de Lisboa)

DVD 2:

Small Hours – The Early Days (1992-1994):

Ensaio:

01. Serpent Angel
02. Wolves from the Fog
03. Ancient Winter Goddess

Primeiro concerto dos MOONSPELL:

04. Intro
05. Goat on Fire
06. Wolves from the Fog
07. Hymn to Lucifer

Em suporte aos CRADLE OF FILTH:

08. Intro
09. Tenebrarum Oratorium Part 1
10. Goat on Fire
11. Vampiria

Strange Are the Ways of the Wolfhearted Tour (1995-1996)

Em suporte aos NAPALM DEATH:

01. Erotic Alchemy
02. Ataegina
03. Trebaruna

Perverse Almost Religious (1996-1997):

Krakow 1996

01. A Poisoned Gift
02. ...Of Dream and Drama (Midnight Ride)
03. An Erotic Alchemy
04. Love Crimes

Dortmund 1996 (visto pela primeira vez):

05. Intro
06. Wolfshade (A Werewolf Masquerade)
07. Love Crimes
08. Vampiria
09. ...Of Dream and Drama (Midnight Ride)
10. An Erotic Alchemy
11. For a Taste of Eternity
12. Alma Mater

It's a Sin Tour (1997-1999):

Ermal 1999:

01. Let the Children Cum to Me...
02. Dekadance
03. EuroticA

The Butterfly Effect Tour (2000-2001):

Coliseu 2000:

01. I Am the Eternal Spectator
02. Can't Bee
03. Lustmord

Darkness and Hope Tour (2001-2003):

Festa de lançamento para "Darkness and Hope":

01. How We Became Fire
02. Ghostsong

Ermal 2002:

03. Angelizer
04. Mephisto
05. Firewalking

Spreading the Eclipse Tour (2003-2005):

With Full Force - 10th Anniversary:

01. In and Above Men
02. From Lowering Skies
03. Opium
04. A Walk on the Darkside
05. Nocturna
06. Southern Deathstyle

Istanbul 2004:

07. Alma Mater / Vampiria

Athens 2004:

08. The Antidote

Hard Club 2004:

12. I Will See You in My Dreams
13. Tenebrarum Oratorium Part 1

Tejo 2005:

14. Awake!
15. For a Taste of Eternity