sexta-feira, janeiro 14, 2011

PENDRAGON - Passion European Tour - 1 de Maio no Santiago Alquimista (Lisboa)

PENDRAGON
PASSION EUROPEAN TOUR
1 de Maio - Santiago Alquimista

1ª parte: Andy Sears

Abertura de Portas - 21h00
Inicio do Espectáculo - 21H30

Na recta inicial da década de 80 o efervescente movimento revivalista do prog rock estava em plena expansão criativa no Reino Unido. Ali tomava forma um proeminente grupo de bandas que foram beber influência aos pioneiros Genesis, Yes ou Camel e esculpiram uma sonoridade própria que, durante quatro décadas e já no século seguinte, influenciaram e continuam a influenciar gerações de músicos apostados em explorar o lado progressivo e experimental do rock. Ao lado dos igualmente britânicos Marillion, Pallas e Twelfth Night, os PENDRAGON estão entre os pioneiros do neo-prog e, desde que lançaram a estreia em 1985, nunca se desviaram do caminho que estabeleceram para o projecto, mantendo-se entre o mais interessante que a tendência tem para oferecer e quebrando barreiras a cada novo disco que gravam. No próximo dia 1 de Maio vão mostrar a sua vitalidade no palco do Santiago Alquimista, num espectáculo que conta com uma primeira parte muito especial. ANDY SEARS, vocalista dos Twelfth Night, vai protagonizar uma espécie de one man show em que interpreta diversos clássicos da banda e também algum material a solo. Monstros sagrados do prog a partilhar um mesmo palco, numa noite que promete ser ainda mais memorável que a última que assinaram em solo nacional – o que não é dizer pouco.

Mantendo-se fiéis aos princípios básicos do rock progressivo, os PENDRAGON conseguiram estabelecer um legado em que não se repetem e, sem se desviarem demasiado da norma, conseguem surpreender cada vez que saem do estúdio com um registo novo debaixo do braço. «Pure», editado há dois anos, foi mais um passo no sentido da perfeição, marcando pontos a todos os níveis – da execução à composição. Com o teclista Clive Nolan (também dos Kansas) a tomar a dianteira ao lado dos fundadores Nick Barret (voz/guitarra) e Peter Gee (baixo) e Scott Higham, o novo baterista, a provar o seu valor, os PENDRAGON mostraram estar em óptimo forma. Três anos depois, ao nono álbum, o quarteto promete não deixa os seus créditos por mãos alheias e continua o seu caminho na consolidação de um nome que, por esta altura, já merece figurar na lista de ilustres que o prog rock deu ao mundo da música. O novíssimo «Passion» é um exercício de música rica e atmosférica, um pouco mais pesada, um pouco mais emocional, que é o sonho de qualquer apreciador do género.




BIOGRAFIA PENDRAGON

Habitualmente rotulados como uma banda de neo-rock progressivo, os Pendragon foram criados pelo guitarrista Nick Barrett em 1978 no Gloucestershire britânico e começaram a a dar os primeiros passos ainda sob a designação Zeus Pendragon. Escreveram alguns temas, sofreram algumas mudanças de formação e, a partir de 1986, poucas mudanças houve na banda – contabilizam-se duas trocas de baterista e nada mais, com o núcleo duro composto por Barret na guitarra e voz, Clive Nolan nos teclados, Peter Gee no baixo e Scott Higham na bateria. O colectivo é um exemplo de estabilidade cada vez mais rara num movimento incrivelmente incestuoso; essa é uma das coisas que os destaca de tantos outros projectos surgidos na mesma altura.

Parte integrante do revival prog rock que deu origem aos Marillion e Twelfth Night no início dos anos 80, as três bandas partilharam diversas vezes o palco com outros ilustres da mesma geração como os Pallas e IQ em início de carreira, tanto em digressões como nas famosas noites progressivas do Marquee, em Londres. Depois de lançarem a estreia «The Jewel» em 1985 tentaram uma abordagem declaradamente mais comercial no disco que gravaram três anos depois, «KnowTow». Tanto o álbum como os EPs «Red Shoes» e «Saved By You» tiveram pouca expressão, dando o mote para o regresso, muito bem preparado pelo lançamento da compilação de temas soltos «The Rest of Pendragon», ao som atmosférico que os tornou famosos numa sequência de lançamentos sempre em crescendo. «The World» de 1991, «The Window of Life» de 1993, «The Masquerade Overture» de 1996 e «Not Of This World» de 2001 são os Pendragon a conquistar terreno fora do seu país de origem e com todos os cilindros a funcionar.

Um verdadeiro fenómeno de popularidade na Polónia, gravaram vários discos ao vivo especialmente direccionados ao mercado local e o sucesso em escala um pouco mais alargada acabou por acontecer com a edição de «Acoustically Challenged». A actuação totalmente acústica para a Radio 3 em Varsóvia surpreendeu muita gente com a sua abordagem simplista às melodias que tão bem os caracterizam e a experiência deu o mote para os discos seguintes. «Believe», de 2005, mostrou os músicos a abordarem novamente a música de forma mais arrojada e injectou-lhe um peso e um tom negro fora do normal. A mudança provocou controvérsia aquando do seu lançamento, mas – três anos depois – nem os fãs reticentes resistiram ao charme que foi sentir aquela fórmula executada na perfeição. «Pure» recebeu aplausos consensuais na comunidade prog e a novidade «Passion» pode bem repetir a façanha.




BIOGRAFIA ANDY SEARS

Andreas Konstantine Sears, mais conhecido no universo do rock progressivo simplesmente como Andy Sears, é britânico de ascendência grega e nasceu em Janeiro de 1960, em Shoreham-By-Sea. Começou a estudar piano aos onze anos e tornou-se, por sugestão do reitor da escola em que frequentava, soprano no coro da igreja local. Em 1973 recusa o convite para ingressar numa escola católica e, dois anos depois, forma a sua primeira banda. Os Silva acabariam por ser “apadrinhados” por Mick Woodmansey, o baterista dos Spiders From Mars, a banda de David Bowie. No entanto, esse foi apenas o primeiro passo de Sears na direcção da concretização do seu sonho. Durante a segunda metade dos anos 70 esteve em duas versões diferentes dos Isis e também nos 2000. Esteve, inclusivamente, prestes a colaborar com dois temas para a lendária compilação «Metal for Muthas», que ajudou a lançar a carreira dos Iron Maiden, por exemplo.

Sem conseguir manter a estabilidade necessária em termos de banda, o momento do derradeiro passo em frente teimava em não chegar. O click deu-se quando Sears conheceu David Jones que, após um período de hiato pós-abandono dos Monkees, se preparava para lançar uma carreira a solo. Juntos escreveram diversos temas, dois dos quais acabaram no álbum ao vivo «Hello Davy», ao lado de originais assinados por artistas do calibre de Neil Diamond, Carole King e Neil Sedaka, em 1982. Depois de gravar algumas maquetas com Jones e Pete Townshend (dos The Who), Andy decide seguir o seu caminho e substitui Jackie Bodimead nos Canis Major, com os quais faz diversas tours em 1983. Antes do final do ano já o vocalista estava à frente dos Twelfth Night, que estavam no auge do seu sucesso após a edição de «Live and Let Live», a tocar para plateias com milhares de pessoas – 30.000 só no festival de Reading. «Art and Illusion» foi editado no ano seguinte, entrando para as tabelas de vendas e garantindo-lhes um contrato com a Virgin, que editaria «Twelfth Night» de 1986. Desiludido com o trabalho da editora, Sears abandona o grupo.

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