segunda-feira, junho 27, 2011

In Flames // 13 de Setembro - Hard Club‏

Com uma reputação intocável em palco e presença já assegurada nas edições deste ano de festivais como o Sonisphere, Rock Am Ring/Rock Im Park, Nova Rock e Hellfest – entre muitos outros, a que se seguirá a gigantesca Rockstar Energy Drink Mayhem Festival Tour nos Estados Unidos durante o mês de Julho, os IN FLAMES preparam-se para incendiar palcos um pouco por todo o globo no rescaldo do seu décimo álbum. A novidade «Sounds Of A Playground Fading» serve de mote a mais uma digressão à escala global, que passa pelo velho continente já na segunda metade do ano, numa campanha que tem paragem assegurada em Portugal. Depois de alguns anos de ausência dos palcos nacionais, no dia 13 de Setembro, os suecos vão actuar na Sala 1 do Hard Club, de volta à cidade do Porto.

Criados em 1990, os IN FLAMES colocaram rapidamente o pé na porta com o lançamento do seu disco de estreia, transformando-se num dos mais importantes e visíveis porta-estandartes da New Wave Of Swedish Death Metal. Entretanto, percorreram um longo caminho desde que «The Jester Race» os catapultou para o sucesso em maior escala e, desde então, não pararam mais de crescer – em todos os sentidos. Em termos comerciais são o colosso da geração que lhes deu origem. «A Sense Of Purpose», editado há três anos, subiu às mais diversas tabelas de vendas de todo o mundo, incluindo a entrada mais alta de sempre na tabela norte-americana, com um vistoso #28 no Top 200 da Billboard. Além disso, chegaram ao #1 na Suécia, ao #7 do Top 100 da Billboard europeia, ao #6 na Alemanha, ao #7 no Top 200 da Billboard canadiana, ao #3 na Finlândia, ao #14 no Japão... Dá para ficar com uma ideia da posição de destaque que detêm, apesar de serem também uma das bandas mais inovadoras de que há memória no movimento de que saíram. Não é só a nível de popularidade que brilham, porque são bem sucedidos em todos os pontos em que possamos pensar. Adoptando uma personalidade mais moderna após a mudança do milénio e nada interessados em ficar presos a uma qualquer fórmula estanque, têm mostrado uma capacidade para o rejuvenescimento pouco comum no seu espectro.

O décimo álbum dos músicos de Gotemburgo é o retrato de uma banda adulta, com capacidade de adaptação e uma personalidade muito própria, que não se cansa da mutação criativa que tem marcado a sua carreira desde o início. Até porque, por esta altura, já ninguém está propriamente a pensar se vão ou não regressar ao death metal melódico pincelado de folk dos primeiros discos ou à abordagem mais orelhuda do período do meio. Os IN FLAMES evoluíram desde aí para um som que é muito seu, e só seu, a que já ninguém pode colar nenhum outro rótulo que não seja o nome da banda. Está tudo, pura e simplesmente, à espera de cada disco novo; num misto de fascínio e medo em relação ao que se vai seguir. De resto, já ninguém espera senão o inesperado de Anders Fridén e companhia – o que é obra, para uma banda com mais de duas décadas de carreira, dez álbuns de originais no currículo, dois milhões e meio de cópias vendidas, variadíssimos prémios da indústria e uma série de mudanças de pele no currículo. «Sounds Of A Playground Fading» é, como esperado, um desafio para o ouvinte – mais um passo em frente, mas desta vez com uma piscadela de olho mais acentuada ao passado. Uma boa permuta para um regresso aguardado, que promete muito.




BIOGRAFIA IN FLAMES

Formação:
Björn Gelotte – Guitarra
Niclas Engelin – Guitarra
Anders Fridén – Voz
Peter Iwers – Baixo
Daniel Svensson – Bateria

Criados no início da década de 90, como um projecto do multi-instrumentista Jesper Strömblad, os In Flames são dos primeiros nomes a vir à cabeça quando se fala em metal made in Gotemburgo. Indo buscar influência aos clássicos do heavy metal e apostando numa abordagem melódica ao death metal, Strömblad juntou-se ao vocalista Mikael Stanne, ao guitarrista Glenn Ljungström e ao baixista Johan Larsson para gravar o álbum de estreia «Lunar Strain», editado em 1993. Um ano depois gravam o EP «Subterranean» e captam rapidamente a atenção da Nuclear Blast, independente em franca expansão que os assina e lança rapidamente «The Jester Race» em 1995. Entretanto Stanne já tinha optado pelos Dark Tranquillity, sendo substituído atrás do microfone por Anders Fridén e, com a hipótese mais consistente de uma possível digressão no horizonte, junta-se também ao grupo de trabalho Björn Gelotte, no lugar de baterista. Depois da gravação de «Whoracle», em 1997, é a vez de Ljungström e Larsson decidirem abandonar, sendo substituídos por Niclas Engelin na guitarra e Peter Iwers no baixo. Foi com esta formação que começaram finalmente a tocar ao vivo com mais regularidade, expandindo a sua base de fãs de forma sustentada. De volta à Suécia, Engelin anuncia a sua saída e os In Flames sofrem mais uma reestruturação, com a passagem de Gellote para a posição de guitarrista e a entrada de Daniel Svensson para a bateria, estabelecendo ali uma formação que se manteve inalterada até há bem pouco tempo.

Em Junho de 1999, o renovado quinteto assina «Colony», afirma-se como um caso sério em termos de popularidade e parte na sua primeira digressão em larga escala, que os viu palmilhar a Europa, os Estados Unidos e o Japão frente a plateias esgotadas e totalmente rendidas às suas melodias. «Clayman», o quinto longa-duração, chega aos escaparates no ano seguinte – e supera a façanha conseguida com o seu antecessor. Aproveitando a onda de consenso à volta do grupo, é lançado o disco ao vivo «The Tokyo Showdown», que serviu essencialmente para os músicos ganharem tempo e prepararem a inflexão estilística que apanhou toda a gente de surpresa aquando do primeiro impacto com o álbum seguinte. Declaradamente mais moderno, maduro e até personalizado, «Reroute To Remain» viu-os romperem ligeiramente com o passado e provocou uma cisão na base de fãs da banda, mas isso não impediu que continuassem a crescer a olhos vistos em termos de exposição e reconhecimento. O álbum de 2002 marcou uma viragem a diversos níveis para os In Flames, valendo-lhes a primeira entrada no top de vendas norte-americano e a consolidação como um dos nomes melhor sucedidos da sua geração. Por seu lado, «Soundtrack To Your Escape» elevou-os a um patamar superior e o esquema de trabalho árduo, de discos novos intercalados por digressões a cada par de anos, começou a pagar os seus dividendos de forma ainda mais óbvia.

«Come Clarity», lançado em 2006, sobe ao primeiro lugar na Suécia e ao #58 no Top 200 da Billboard Top 200 e «A Sense Of Purpose», de 2008, transformar-se-ia no maior sucesso do grupo até à altura, atingindo a posição #28 na tabela. É por esta altura que começam a ver o seu talento reconhecido também pela indústria mais mainstream, arrecadando galardões como um Swedish Grammi para “melhor banda metal”, um P3 Rock Award para “álbum do ano”, um Golden God Award para “melhor banda internacional” e um Bandit Rock Award para “melhor banda sueca ao vivo”, entre outros. Depois de quase dois anos e meio passados na estrada – durante os quais quebraram o record de audiência no famoso Gröna Lund em Estocolmo com 15,500 pessoas na assistência, um feito nunca antes conseguido por uma banda sueca – os músicos voltaram aos IF Studios para começarem a trabalhar no décimo longa-duração e, para surpresa geral, vêem o único elemento da formação original, o guitarrista Jesper Strömblad, afastar-se por problemas com o álcool. Niclas Engelin é chamado para o seu lugar e, com o lançamento do novo «Sounds Of A Playground Fading», a banda só vem provar uma vez mais que, à semelhança do que já tinha acontecido várias vezes no passado, nada abala a sua estabilidade e coesão.

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