quarta-feira, setembro 30, 2009

UHF enchem Rua do Carmo e dão concerto emotivo


28 anos depois de «Rua do Carmo», banda realiza sonho de actuar na rua que dá nome à música. Banda deu concerto no passado sábado.

Centenas de pessoas encheram quase por completo a Rua do Carmo, em Lisboa, para ouvirem os UHF, que celebram 30 anos de carreira.

O concerto na rua que dá nome a uma das mais conhecidas músicas da banda era um sonho antigo dos UHF, que vêem neste concerto a prova de que há músicas que ultrapassam a própria banda.

«A simbologia [de tocar na Rua do Carmo] é de que há canções que nos ultrapassam, que são muito mais importantes do que nós pensamos quando as escrevemos e que ao longo de uma vida ainda vão ganhando mais importância e acho que esta [Rua do Carmo] tem isto tudo e hoje aqui, para nós, é uma culminação, é uma celebração única», disse à Lusa o vocalista e fundador da banda, antes do concerto.

Segundo António Manuel Ribeiro, quando os UHF começaram a tocar, as bandas em Portugal tinham um carácter «muito sazonal», os «grupos duravam muito pouco tempo» e o single «Cavalos de Corrida» também podia ter sido «apenas um sucesso».

«No ano seguinte (1980), a "Rua do Carmo" confirma que não era um sucesso por acaso, mas era o começo de uma carreira», sublinhou.

Para a banda, cantar em português foi uma «decisão consciente», que marcou a diferença em relação a outras bandas rock.

«Tornámo-nos com uma dimensão nacional logo no principio da nossa carreira e isso deu-nos uma coisa importante, que foi esta relação concreta com o português, porque nós lutámos e trouxemos para o rock a língua portuguesa, que fala de coisas nossas e essa é a diferença entre o nosso rock e por exemplo o britânico, o americano ou o francês», apontou.

30 anos de bandeiras

Do balanço de 30 anos de carreira fica a certeza, nas palavras de António Manuel Ribeiro, que os UHF deixaram canções que se tornaram «bandeiras» de muitas pessoas.

«São os seus momentos, momentos de tristeza, de euforia, um casamento, um Verão, uma paixão, tudo isso está nas nossas canções e hoje sinto que na verdade são um cancioneiro de emoções muito nacional, muito português», apontou o líder dos UHF.

Para o futuro, António Manuel Ribeiro tem a certeza que virá mais trabalho.

«Devagarinho, um dia de cada vez e nós estamos a fazer isso com o novo disco porque estamos tão entusiasmados com o novo disco dos UHF como se estivéssemos a fazer o primeiro», adiantou à Lusa.

Entusiasmo sentido também pelas centenas de fãs que se aglomeraram pela Rua do Carmo. Paulo Mateus, por exemplo, já esperava «há muitos anos» por este concerto.

«É um sítio mítico. Lembro-me da [editora] Valentim de Carvalho, onde eles começaram a tocar. Daí eu gostar desta zona e acho que é o indicado para a banda voltar a Lisboa», disse este fã de 40 anos.

Teresa Rodrigues, 52 anos, admite que aguardava por este concerto com alguma ansiedade «porque este lugar [Rua do Carmo] tem um valor especial».

In : IOL Música

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